julho 02, 2009

T.P.M. - A fúria assassina



Vamos ao chavão: T.P.M (PMS em inglês).


Todo mês é a mesma coisa: meu corpo se revolta porque um óvulo imbecil não foi fecundado e as pessoas ao meu redor é que vão ter que sofrer. Vou compartilhar com elas o meu sofrimento mensal-pessoal, é óbvio!





É difícil sentir o próprio cérebro encostando no crânio numa tentativa desesperada de pular pra fora da minha cabeça, rs. Tipo assim: me deixa sair desse corpo não fecundado!!!! Mau-humor é pouco pra descrever a sensação de querer esganar alguém.





Vamos explicar pros mocinhos: eu não me lembro bem da Biologia do colégio, mas lembro que, quando o tal óvulo (ovócito I, II, sei lá) não é fecundado, o corpo da mocinha (coitada) começa a produzir uns hormônios que sobem consideravelmente na corrente sanguínea e depois abaixam (e aí vem o alívio/desconforto vermelho de todo mês).





Esses hormônios ridículos fazem o corpo da mocinha reter uma quantidade imensa de líquido (mesmo que ela beba pouca água, o corpo revoltoso se torna um cactus e suga de qualquer fonte). Daí vem o chamado edema cerebral (sem contar o corporal) que nada mais é do que o cerébro tentando escapar pra fora do crânio. Inchaço! Conclusão: irritabilidade ao cubo.





Chego ao escritório e já vejo o porteiro no final do corredor pronto pra me dar um bom dia. Antes de ele abrir a boca, eu já penso: que bom o que? O dia não tem nada de bom. Bom é ficar aí sentado o dia inteiro dando bom dia pra todo mundo que passa e ainda receber por isso. Mal sabe ele que eu o detesto! E vou andando e pensando: que cara imbecil. Faz nada o dia inteiro, troca as minhas correspondências, nunca dá notícia de nada e.... "Bom dia seu Antônio" grrrrrr.....





Ontem eu comi 3 cachorros-quentes. Tem mocinha que entra no brigadeiro e no sorvete. Maldito óvulo não fecundado. Por sua causa, vou ganhar 3 pneuzinhos.





Minha mãe me mandou "ajeitar" meu ex-quarto na casa dela. Achei um cartão de aniversário de um ex-mocinho. "Princesa, parabéns e que Deus te dê muita calma e paciência e blá, blá, blá". Penso: meu filho, Deus não tem nada a ver com a revolta do corpo das mocinhas, até mesmo porque foi Deus que nos criou desse jeito. Só pode ter sido pra se divertir com os nossos surtos psicóticos tpmísticos. Vai falar pro meu cérebro revoltoso que eu tenho que ter calma e paciência durante essa semana inchada, mal-amada, mal-educada e desesperada!





Coitado é do mocinho ao meu lado: "Lu, estou observando a sua T.P.M e estou tentando sobreviver. bjos" Tenta, mocinho..... tenta mesmo, pelo amor de Deus, rs. Vamos ver se você consegue o que outros bravos não conseguiram, rs. Difícil é dizer quando ela vai acabar.





Fato é que, passada uma semana de total desespero (pra não falar que T.P.M deveria ser causa de exclusão de ilicitude para os crimes de pena abaixo de 2 anos - as promotoras de justiça, com certeza, me entenderão), vem o alívio/desconforto vermelho. Alívio porque a T.P.M. chegou ao fim, mas aí começa o desconforto: mais uma semana de "estou fingindo que está tudo bem". Difícil ser mulher: eu gostaria que os mocinhos fossem mocinhas por uma semana vermelha e que tentassem trabalhar e sorrir ao mesmo tempo nessa semana emocionante. Bloody Sunday nada! Bloody week!

Então é assim: durante 2 semanas do mês eu tento ser normal e durante outras 2 eu nem tento! rs. Sou a fúria assassina!




Acabaram-se as duas semanas de terror: volto a ser normal. Paz e tranquilidade por outras duas semanas. Eu amo todo mundo, o porteiro é super eficiente, obrigado Senhor, o cartão do ex-mocinho eu joguei fora num surto de limpeza e.... será que o atual mocinho sobreviveu? Daqui a 2 semanas eu conto pra vocês...hehehe.

2 comentários:

  1. A dor que dói na gente sempre parece a pior. Às vezes a TPM dói mais no porteiro, no mocinho... A dor do corpo é a dor que cura, “a dor da alma não se acalma”. (o finalzinho está entre aspas porque eu acho que já ouvi isso em algum lugar, mas não me lembro onde).

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  2. Ainda bem que a forma de exteriorizar essas más sensões pelas mulheres são bem peculiares! Ou as próprias sensações são minuciosamente diferentes em cada uma delas. Minhas experiências foram com pessoas que sentiam mais carência, que queriam colo, que choravam do nada... sorte, né?!

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